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21 de fevereiro de 2014

A pista que não chegou

Nas andanças desta vez pela zona norte da capital gaúcha, o GPS sugeriu a Vila Dique como atalho para chegar a mais um lugar onde aportaram uns de além-mar. Desta vez executivos indianos... E lá fui, em meio ao trânsito pesado e as casinhas. Ou que sobrou delas para dar passagem aos aviões que ainda não chegaram. A via construída sob o sistema de proteção contra cheias da cidade, foi atraindo moradores um tanto humildes que formaram uma comunidade onde, aparentemente e infelizmente, a saúde e a educação passaram longe ao longo das últimas copas. A remoção começou antes da bola rolar na África do Sul, mas a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho não deve terminar antes que seja erguida a taça do campeão no Brasil. . E assim vamos... Como tudo, as vezes não dá para fazer da forma que queremos. Ainda mais do jeito que todo a turma quer. Se faz uma parte, se começa outra, se complica uma terceira... Não há concordância em tudo por que são muitas cabeças a decidir e a opinar, mas algo acaba nascendo. Do jeito que dá. Com suas consequências e resultados nem sempre previsíveis. Afinal, quando o juiz apita e a bola começa a rolar tudo pode acontecer. Seja em um jogo de futebol. Seja na vida.

14 de fevereiro de 2014

Novos imigrantes

Pra matar galinha, vem gente até do Bangladesh.... Foi na Lajeado fundada por portugueses e depois tomada por alemães e italianos, que em meio ao burburinho das multidões que batem ponto em fábricas de comida, o linguajar e o tipo físico de um pequeno grupo chamou a atenção. Deixaram para trás uma nação onde 150 milhões de habitantes se acotovelam em uma área com pouco mais da metade do Rio Grande Do Sul. E onde mais da metade não sabe ler...E com outros que vieram de pobres nações africanas ou do Haiti, chegam com menos polêmica do que aqueles da famosa ilha, atrás do mesmo sonho de prosperidade de sempre. Mas talvez com um pouco mais de conforto do que os europeus de outros tempos, e com a vantagem de poder se comunicar com mais facilidade com os seus, que ficaram em casa. E antes que alguém pense em torcer o nariz para o diferente, já estão se misturando no caldo cultural da globalização. Da mesma forma que as penosas que eles tiram a vida diariamente, e que vão parar na sua mesa. Ou em uma outra mesa qualquer do planeta, onde falam outra língua.....

7 de fevereiro de 2014

Castigo

Naquela esquina de Capão da Canoa tem um pão excelente. Há muitos anos. E a fila só aumenta. Como aumenta o número de prédios que tiraram o lugar das casas de veraneio. E naquela esquina tem uma frase embaixo do nome da principal avenida. "Deus perdoa, a natureza não". E na placa da outra rua, "Mantenha sua cidade limpa" O criador compreende e a criatura não? Para os que frequentam a igreja foi Ele que criou tudo. Não foi? Quer dizer que, se o planeta castigar, pode-se ter o perdão do homem lá de cima? As oferendas a santa cuja imagem não fica longe dali, não ajudam a manter cidade limpa. Mas a devoção certamente tem a simpatia divina. O sol que arde em todo o sul neste fevereiro maluco, pode ser um castigo da Terra pela fumaça que segue a sair dos carros. Mas o velho perdoa as nossas ofensas e deixa que o astro rei ilumine as raras águas límpidas do mar desse mês. Em um belo presente, talvez sugerido pela santa, aos de férias na praia. Na capital dos gaúchos porém, o forno segue a castigar os que não se entendem na relação capital/trabalho, deixando uma turma esperando nas paradas. Por fim, o picolé derreteu de vez com esse sol e o Nico nos deixou... Mais tristes. Coisas da vida. O culpado disso tudo? Precisa ter um?