A fé e a religiosidade sempre fizeram parte do
desenvolvimento das comunidades, e no sul não foi diferente. O catolicismo foi
dominante na América do Sul, preenchendo os vazios espirituais dos novos
habitantes de diferentes origens. Mas a reforma proposta por Lutero que
completará 500 anos em 2017 fez surgir importante divisão que se espalhou,
principalmente na região de imigração alemã. E a busca pelos fiéis da colônia,
levou a uma espécie de rivalidade entre os grupos de cada religião, que se
refletiu na construção de suas igrejas. Em Taquara, as duas belas construções
simbólicas de cada fé estão, ainda por cima, uma de frente a outra. Cada uma
com sua história, elas têm em comum o doador do terreno onde foram erguidas. O
porto-alegrense Tristão José Monteiro era o dono da sesmaria que deu origem à
Colônia do Mundo Novo, formada pelas atuais: Taquara, Igrejinha e Três Corôas.
Católico com família originada de Osório, em uma segunda união casou-se com a
evangélica e alemã de Hamburgo, Christina Haubert com quem teve 9 de sues 17
filhos com 4 mulheres. Talvez esta união entre duas nacionalidades e religiões,
tenha permitido a pacífica vizinhança...
30 de novembro de 2016
28 de novembro de 2016
Simbólicas Hortênsias
Dizer que o icônico Lago Negro é um cartão postal de
Gramado, é uma verdadeira obviedade há muitos anos. Desde os tempos em que só
se mandava notícias em meio a uma viajem, por meio destas belas fotos com seu
espaço nas costas para breves mensagens. E quem invariavelmente acompanhava suas
águas escuras nestas imagens eram as simbólicas e simpáticas hortênsias. Com
seu formato de bola em tons do azulado ao rosado, eternamente serão símbolos
deste principal centro turístico do país, mesmo que muito mais espécies ajudem
a embelezar a cidade. A parca luz do sol de fim de tarde a bater por arbustos repletos
de seu encanto, despencando sobre a margem, dá o tom para uma caminhada pelo
urbanizado entorno do lago. Que convida vez que outra, a uma parada para
refletir sobre a vida, ou mesmo descansar das inúmeras outras atrações que
foram ocupando espaço no agitado lugar...
25 de novembro de 2016
Museu do Carvão em Arroio dos Ratos
Foi notícia no mundo inteiro, quando 33 trabalhadores
chilenos ficaram presos no subsolo de uma mina de cobre no Chile, em 2010. O
drama deles comoveu pelo ineditismo neste novo século, e por expor ao público
as agruras desta importante atividade. Principalmente quando realizada abaixo
da terra, método com tendência a ser substituído pela mineração a céu aberto. Pois
em Arroio dos Ratos já foi igual ao vizinho país sul-americano. Desde o século
XIX, este escuro mineral era retirado das profundezas para gerar a energia necessária
a iniciante industrialização do sul, e para mover os trens repletos de gentes e
mercadorias a cruzarem o pampa. Mas queimar o carvão com o intuito de gerar eletricidade,
passou a ser alternativa à região, com a instalação da companhia que ergueu um
prédio industrial para este fim, em 1924. Mas que o abandona em 1956 com o fim
da atividade, tornando ruína uma parte de sua estrutura, eque hoje recebe os
que apenas imaginam como seria esta arriscada atividade.
21 de novembro de 2016
Luzes de Garibaldi
18 de novembro de 2016
Biguá
Um mar com menos banhistas neste novembro
ainda não tão quente, é convidativo ao passeio das aves que cada
vez mais frequentam o litoral gaúcho. Em Atlântida, o pescoço de um Biguá
estava à mostra nas fracas ondas onde se molha só abaixo dos joelhos. A fome
bateu e o peixe está no fundo? Então basta mergulhar para pegá-lo. Para esta
simpática ave também conhecida por mergulhão fica mais fácil, pois suas penas
se encharcam tanto, que não fica ar entre elas facilitando a submersão. E ele fica bom tempo por baixo aparecendo sempre
um pouco mais adiante, enganando quem quer apreciar a cena ou fazer um singelo
vídeo. Nosso retilíneo litoral tem muita surpresa pra mostrar.
17 de novembro de 2016
As Nereidas de Pelotas e da Escócia
As dezenas de filhas do Deus Nereu senhor dos mares,
espalhavam sua beleza por oceanos sem fim, por vezes a cavalgar mitológicas e
misteriosas criaturas marinhas. A magia das Nereidas como ficaram estas belas
conhecidas, foi perfeita inspiração para a criação de uma bem elaborada fonte
de água, por um artista francês. Mostrada na exposição internacional de Londres
em 1862, foi replicada em ferro fundido na vizinha Escócia e na distante América do Sul. A Ross
Fountain enfeita um amplo parque central ao lado de um tradicional castelo de
Edinburgo, e sua irmã centraliza a Praça Coronel Pedro Osório no coração de
Pelotas. Em ambas, as delicadas figuras femininas que se sobressaem na parte
mais alta do monumento, trazem objetos que representam a ciência, a arte, a poesia
e a indústria.
Sua nobre função de abastecer com água a população que pagava por cada litro dali retirado mesmo a noite a luz de candelabros, começou com sua inauguração em 1873. Era a modernidade que chegava, pela iniciativa da companhia hidráulica local, substituindo um antigo pelourinho onde escravos eram açoitados já havia mais de 40 anos. Outras três fontes foram instaladas na cidade, como a que existiu em frente à Catedral, e que permanece misteriosamente desaparecida. A versão escocesa da Fonte das Nereidas inaugurada uma ano antes, foi adquirida por um fabricante de armas que a doou a cidade, e possui exatamente as mesmas figuras da parte central. Mas não tem as irmãs montadas em garbosos cavalos, ou mesmo as salientes luminárias, que circundam a beira do lago formado pela fonte sulista. A delicada beleza deste monumento é mais um exemplo de que temos riquezas por vezes comparáveis e até mesmo superiores, ao que existe em outros lugares mais visitados.
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