Como se abandonavam crianças na Santa Casa

Era na roda dos expostos da Santa Casa de Porto Alegre, que despreparados pais, deixavam seus filhos aos cuidados de religiosas. As irmãs da Congregação de São José recebiam os recém-nascidos em mecanismos que existiam também em outras casas de misericórdia, sobretudo no continente europeu. Tratava-se de um cilindro de madeira encravado na parede externa do prédio, onde o bebê era colocado por seus progenitores que tocavam um sino esperando a “roda” girar até o que o rebento fosse parar na parte interna, onde era amparado. Ficava assim preservada a identidade de quem executou triste ato, mas que saía com o conforto de que o rejeitado receberia bons cuidados. O destino destas crianças poderia ser a adoção para futura carreira militar em substituição aos filhos naturais, no caso dos meninos, ou mesmo serem receptoras de dotes, no caso delas, que eram frutos de doações da comunidade.  Esta realidade de séculos passados pode ser visualizada hoje no Centro Histórico-Cultural desta importante instituição do sul. Uma réplica desta cena utiliza bonecos em tamanho natural, que mostram com clareza o que já fez parte daquele local. Outros momentos cotidianos bem mais brandos desta casa de saúde, também podem ser encontrados ali juntamente com sua história bicentenária.  E que dão uma dimensão especial a este pequeno, mas relevante espaço que ainda tem mais a mostrar.

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